Hair

Roteiros – Cultura – Filmoteca do Roteirista 

Direção: Milos Forman – 1979 – EUA – Musical – 120 min. – Roteiro: Michael Weller – Elenco: John Savage, Treat Willians, Beverly D’Angelo

Sinopse: Um rapaz do interior dos EUA vai à Nova Iorque para se alistar ao exército e lutar no Vietnã, mas ao chegar lá conhece um grupo de hippies e uma garota por quem se apaixona.

Comentários: Não há nada melhor do que ter 18 anos! O resto é bobagem. Os amigos, as loucuras, as aventuras… E aquela sensação de que o mundo pode ser nosso a qualquer momento. Assistir a Hair, de Milos Forman, é a melhor vingança para quem não tinha 18 anos nos anos 1960. O filme é uma elegia à esse tempo mágico, a juventude, especialmente aos jovens dos anos 1960, uma geração que mudou o mundo. Forman traça um perfil fiel dessa geração e mostra toda a riqueza e variedade da década mais louca do século XX. É uma comédia-musical, mas trata de temas seriíssimos: Conflito de gerações, paz e amor, drogas, guerra. A crítica à guerra é feroz, um protesto no melhor estilo anos 1960, mas sem perder o tom de comédia, a ironia, o cinismo.

Três seqüências memoráveis, no final do filme, contam  a história da Guerra do Vietnã sem que se veja um único tiro:  Primeiro, vemos centenas de soldados que embarcam em aviões militares rumo ao Vietnã e à medida que entram nas aeronaves são tragados pelo escuro que há em seu interior, como se fossem centrifugados, entregando-se de livre e espontânea vontade, mas sem entenderem muito bem porquê. Parece o fim… E é, pois num corte seco, brutal e genial, Forman nos coloca de fronte a um imenso cemitério para mortos no Vietnã, cena que desemboca em um gigantesco protesto em frente à Casabranca ao som de “Let the sunshine in”. É de chorar!

Hair é, talvez, o maior musical do cinema moderno. A coreografia, assinada por Twyla Tharp, é maravilhosa e recria a estética de uma  geração. A estética da contracultura, dos hippies, do Vietnã. A estética do delírio, da viagem das drogas e do Rock and Roll. A trilha sonora é brilhante e os números musicais são lindos, loucos, inesquecíveis. O show não pára: Hair é um espetáculo para os olhos, uma viagem para a mente, é tudo o que sonhamos aos 18 anos de idade.

Roteiro: A adaptação do famoso texto teatral (de Gerome Ragni e James Rado), para roteiro de cinema, assinada por Michael Weller, tem como principal trunfo, a transposição da ideia básica da narrativa para uma outra linguagem. E o acerto nessa transposição, mantendo a força da mensagem e toda a emoção do relato.

Por: Alexandre Gennari

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