Eurípedes

Roteiros – Cultura – Dramaturgo do Dia

Nascimento: 480 a.C. (Salamis, Grécia) – Morte: 406 a.C. (Macedônia)

Estilo e gênero: Eurípedes foi o enfant terrible da tragédia grega do século V a.C. Seus protagonistas desfigurados pela guerra exibem um ceticismo sofista e sofisticado em relação aos mitos.

“[Eurípedes é,] com todos os seus defeitos, o mais trágico dos poetas” (Aristóteles)

Principais Obras:

Peças: Medeia, 431 a.C. – Hécuba, 424 a.C. – Electra 420-410 a.C. – As troianas, 415 a.C. – Helena, 412 a.C. – As bacantes, 407-406 a.C.

Comentário: Considerado o primeiro dramaturgo moderno, Eurípedes era fascinado por deuses e monstros. Ao contrário de seus contemporâneos, evitava a política. Deixava claro sua desilusão pela cultura ateniense. Em 1971, para protestar contra a Guerra do Vietnã, Michael Cacoyannis filmou “As Troianas” utilizando uma tradução feita por Edith Hamilton em 1937, que via Eurípedes como um pacifista vivendo em um época de guerras. Em várias de suas peças surge a questão: “Guerra? Para que serve?” Peças como “As Bacantes” satirizam os fundadores da Grécia e revelam o autor como um iconoclasta. Enquanto as peças de Ésquilo sugerem um temor ritual pelas ações incompreensíveis dos deuses e os dramas de Sófocles exploram sua lógica de longo prazo, Eurípedes vê os deuses e os seres humanos envolvidos em uma espécie de dança do poder volúvel, egoísta, profunda e constrangedora. O pensamento, assim como todos os dons dos deuses, é uma espada de dois gumes.

Trecho: “… o filho de Sêmele, que achou o doce suco da vinha, o que ele nos trouxe para pôr fim às penas dos míseros mortais, pois quando se repletam do sumo da vide, dormindo se esquecem de seus males cotidianos – que outro remédio não há para nossas dores. Sendo ele próprio um deus, para os outros deuses é vertido como oferenda, de modo que a ele devem os homens todos os bens que lhes cabem.”

Fonte: “501 Grandes Escritores” – Julian Patrick – Editora Sextante – 2009.

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